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Visita técnica discute futuro da Estação Ecológica Ibicatu, patrimônio de Piracicaba

A Prefeitura de Piracicaba, por meio das Secretarias de Defesa do Meio Ambiente (Sedema) e de Educação (SME), participou de visita técnica à Estação Ecológica Ibicatu na terça-feira, 23/08. O objetivo da visita foi reunir ideias de programas e projetos de educação ambiental na unidade de conservação, que é um espaço destinado exclusivamente para pesquisa ambiental e não é aberto à visitação pública. O encontro foi definido em junho, quando uma reunião técnica foi realizada durante programação das Semanas Integradas de Meio Ambiente de Piracicaba (Simapira).


O encontro, coordenado pela Fundação Florestal (FF), contou ainda com representantes do Grupo Multidisciplinar de Educação Ambiental (GMEA), Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), Escola de Engenharia de Piracicaba (EEP) e Fundação Municipal de Ensino (Fumep) e a Agência de Turismo Nas Nuvens, que tem foco em ecoturismo.




A área da EE Ibicatu pertencia à Fazenda Pico Alto, antigo nome das fazendas Pau D’Alho e Boa Esperança, pertencentes a Manoel de Moraes Barros, irmão do primeiro presidente civil do Brasil, Prudente de Moraes. Em 1958, foi declarada de utilidade pública e, em 1987, foi criada a Estação Ecológica Ibicatu, por meio do Decreto Nº 26.890. É uma unidade de conservação de proteção integral situada em Piracicaba, cujo objetivo é exclusivamente a proteção ao ambiente natural, a realização de pesquisas básicas e aplicadas e o desenvolvimento de programas de educação conservacionista.


O bioma existente é o da Mata Atlântica, vegetação de Floresta Estacional Semidecidual. Embora Ibicatu seja uma área relativamente pequena – 76 hectares é como o espaço de 76 quarteirões – tem patrimônio natural de valor inestimável. É de grande importância para a regularização climática, para manutenção dos recursos hídricos, para a estabilidade do solo, para abrigo e alimentação da fauna e como fonte de diversos recursos vegetais da região.


A área de 76,40 hectares abriga 289 espécies de plantas, com 171 espécies de árvores, destas árvores, 28 espécies estão ameaçadas de extinção. Entre suas principais espécies de flora estão jequitibá rosa e branco, pau-d’alho, guarantã, ipê, peroba-rosa, carrapateira e laranjeira-do-mato. Só de jequitibá-rosa, uma das principais espécies presentes em Ibicatu, são aproximadamente 50 árvores de grande porte. Ibicatu conecta importantes áreas de vegetação nativa em diferentes estágios de regeneração e conservação, constituindo a região com maior cobertura florestal nativa do município.


Entre as espécies da fauna, já foram listadas 226 espécies de vertebrados, sendo 199 de aves, 24 de mamíferos e três de répteis. Entre as aves é possível encontrar andorinhão-do-temporal, caneleiro-preto, bem-te-vi-rajado, sabiá-ferreiro, beija-flor-de-papobranco e a saíra-viúva. Também já foram observadas na unidade, espécies em extinção, como o tamanduá-bandeira, a jaguatirica e a onça-parda.




EDUCAÇÃO AMBIENTAL - “Nessa visita técnica foi realizado um diagnóstico da Estação Ecológica, das suas potencialidades e necessidades de melhoria de infraestrutura, como também foi realizado um levantamento na zona de amortecimento, nos bairros Floresta e Monte Branco, onde discutimos com parceiros interessados em trabalhar a educação ambiental, tanto na EE quanto no seu entorno. Esses parceiros são representantes da Cooperativa dos Produtores de Milho (Copimays) e do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Piracicaba”, explica o gestor da EE Ibicatu, professor Antonio Álvaro Buso Júnior.


O gestor ainda comentou que, agora, o próximo passo será pensar e desenvolver estratégias de educação ambiental na área. “Ficou acertado que, de agora em diante, o grupo de entidades interessadas em trabalhar a educação ambiental, com base nesse diagnóstico, será, de início, no entorno da estação. Quando tiver uma infraestrutura melhor, passaremos a levar a educação ambiental para dentro da mata”, diz.


“A visita à Estação Ecológica foi de suma importância para o planejamento das ações de educação ambiental que serão desenvolvidas na unidade e em seu entorno. Nesse primeiro momento, ficou definido que as equipes terão atuação com a população vizinha da Estação Ecológica, buscando levar informações e principalmente a conscientização da importância dessa Unidade de Conservação como hotspot regional de biodiversidade de fauna e flora. Nesse sentido, é importante que todo trabalho de educação ambiental a ser desenvolvido tenha como foco principal a preservação das espécies”, destaca Giovanni Batista Campos,

analista ambiental da Sedema e membro do Conselho Consultivo da EE Ibicatu.




Os participantes da visita discutiram soluções para sistematizar as sugestões do grupo de trabalho, considerando também as visões e percepções dos moradores do entorno da Estação Ecológica, na busca de parcerias para trabalhos de educação ambiental. O grupo de trabalho foi criado durante a reunião técnica, quando conheceram o plano de manejo e as diretrizes focadas nas ações de educação ambiental para a unidade.


Além disso, também há a intenção de ações de melhorias de infraestrutura, como adequação da estrada de acesso, implantação de trilhas dentro da mata e criação de estrutura física para oferecer melhores condições de trabalho para os pesquisadores.


“A visita foi de extrema importância para o grupo, uma vez que proporcionou o entendimento da relevância da área e também a visualização das necessidades estruturais para a realização das atividades educativas na unidade. Além disso, o contato com alguns moradores e produtores locais foi fundamental para o A gestão da unidade está sob responsabilidade da Fundação Florestal, entidade da administração pública da unidade”, ressalta Laís Ferraz de Camargo, educadora ambiental do Núcleo de Educação Ambiental da Sedema.


A gestão da unidade está sob responsabilidade da Fundação Florestal, entidade da administração públicaindireta, vinculada à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo. O Conselho Gestor é composto por Poder Público e Sociedade Civil. Por ser uma unidade de conservação do grupo de Proteção Integral, tendo sido categorizada como Estação Ecológica, somente são permitidas pesquisas científicas; a visitação pública é proibida, permitindo-se somente quando com objetivos educacionais e de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo, nos termos do art. 9º, §2º da Lei Federal nº 9.985/00 (SNUC).



Autor: Texto: Camila Piacentini Fotos: Isabela Borghese

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